Conversas de mesa de bar: Sem medo de cair das nuvens

Por Sam Rodrigues

Eu tenho medo porque não canso de ver casais lindos terminarem, o cara voltar a sair todo empolgado e a menina se afogar em lagrimas e chocolate em pleno sábado à noite. Eu tenho medo porque dezenas de meninos já me disseram coisas bonitas, me fizeram acreditar em seus sentimentos e depois agiram como se não fosse nada. Sim, eu sou covarde, tenho medo de me empolgar, de me apaixonar, se pensar em você, de fazer planos, porque sempre deu tudo errado pra mim. 

Eu já fui uma dessas meninas empolgadas, apaixonadas, que se doam, que se entregam, que confiam, que se deixam viver um sentimento. Mas doeu tanto, foi tanto tapa na cara da vida que eu fui ficando arisca a tudo isso. É muito mais fácil sair, beber, beijar garotos que apesar de charmosos, eu sei que não vão me ligar no dia seguinte. Não tem erros, promessas e corações partidos, são só pessoas que não se enganam querendo se divertir. Mas quando eu começo a pensar muito e a conviver mais com a pessoa, o medo bate, não tenho culpa. Eu travo, faço tudo errado quase que de propósito pra acabar com tudo de vez.

O amor é uma responsabilidade muito grande. É preciso cuidar, aprender a conviver com alguém que apesar de ser uma pessoa diferente, é a coisa mais importante na sua vida. Eu ainda não estou pronta pra tudo isso. Mas, quem está? Talvez eu devesse apenas não pensar tanto, deixar acontecer, mas neurótica que sou, é quase impossível. Ou talvez eu só precise de alguém corajoso o suficiente pra me fazer abrir as asas e aprender a voar, livre, sem medo de cair das nuvens.